Nos últimos anos, a cibercriminalidade atingiu níveis recorde. Quase metade das PME (Pequenas e Médias Empresas) sofreram algum tipo de incidente, em grande parte devido às consequências da pandemia. Em Portugal e segundo dados do INE, durante o primeiro confinamento, cerca de um milhão e cem mil pessoas (23,1% do total da população empregue) trabalhou remotamente a partir de casa. Isto resultou num aumento da utilização de soluções digitais em milhares de empresas, muitas das quais não estavam devidamente preparadas para a transição nem tinham investido, em muitos casos, na segurança adequada das suas redes.
Em 2021, os números de incidentes continuaram a aumentar, com quase 900 ataques informáticos por semana, só em Portugal. A transição digital acelerou-se devido à pandemia, o que, por sua vez, levou a um aumento dos ciberataques, tendo-se registado vários incidentes significativos em diversas organizações, como agências governamentais, fabricantes de tecnologia e grandes empresas.
Cibersegurança em Portugal: os mais recentes ataques informáticos
Durante o ano de 2021 os ataques informáticos aumentaram de forma exponencial, mas as primeiras semanas de 2022 revelaram-se um pesadelo para grandes grupos nas áreas da comunicação, saúde e também para alguns órgãos estatais.
Logo no segundo dia de 2022, os sites do grupo Impresa, que detém, entre outros, o canal de televisão SIC Notícias e o jornal Expresso, foram alvo de um ataque cibernético, obrigando o grupo a partilhar notícias através das redes sociais e a usar os sites num formato provisório. O ataque, realizado pelo Lapsus$ Group, também afetou outras entidades como o site da revista Blitz e a página de fotografia “Olhares”. No dia 30 de janeiro, dia de eleições legislativas em Portugal, o mesmo grupo atacou o website do Parlamento Português.
A 5 de fevereiro, devido a um ataque informático, os sites dos órgãos de comunicação detidos pelo grupo Cofina (Record, Sábado, Jornal de Negócios e CMTV) estiveram mais de 12 horas inacessíveis aos leitores.
Dois dias depois, a Vodafone Portugal foi alvo de uma disrupção na sua rede, devido a um ciberataque deliberado e malicioso, que afetou a prestação de serviços baseados em redes de dados, nomeadamente rede 4G/5G, serviços fixos de voz, televisão, SMS e serviços de atendimento voz/digital. A 9 de fevereiro, o grupo que detém a revista Visão foi também alvo de uma tentativa de ataque cibernético.
No dia seguinte, foi a vez dos Laboratórios Germano de Sousa. O ataque informático na forma de malware não terá atingido os dados dos doentes, mas afetou a ligação com postos de colheita de análises. Os prejuízos funcionais e financeiros estão ainda por apurar.
A 23 de fevereiro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros foi alvo de um ataque informático que pode ter acedido indevidamente à Rede Informática do Governo (RING).
Estão as empresas protegidas contra o cibercrime?
Os ciberataques não só representam riscos significativos para a sustentabilidade do negócio, como criam também um efeito de dominó que afeta fornecedores, subcontratantes e clientes. É, portanto, essencial tomar medidas para reforçar a segurança de toda a cadeia de valor.
Algumas seguradoras oferecem cobertura de cibersegurança específica para pequenas e médias empresas. Na Tranquilidade, existe uma cobertura de prevenção que disponibiliza a realização de uma análise remota da IP pública e dos dispositivos ligados à internet, sendo disponibilizado um relatório das vulnerabilidades classificadas pelo seu grau de gravidade. O objetivo? Conseguir antecipar as ameaças de modo a neutralizá-las sem afetar os sistemas.